ADOÇÃO UM ATO DE AMOR
“É como se tivesse nascido aqui. Nasceu da gente”. Esse é o sentimento da mãe adotiva de uma de nossas crianças da Casa Lar Dona Meca, que define todo o sentido do trabalho desenvolvido com os pequenos acolhidos. Este amor que primeiro contagia as pessoas que se envolvem neste trabalho, sejam elas funcionários, voluntários ou padrinhos. Todos saem desta casa com um outro olhar para a vida, para si mesmo. Seus valores mudam, as pessoas se inquietam, querem ajudar como podem. Mas cada um recebe uma energia especial que provoca sentimentos e atitudes aos quais, a princípio, não damos muita importância mas que transformam, auxiliam e alegram muito mais que corações um dia rejeitados. Iniciam uma reforma íntima, às vezes, muito sutilmente, mas que aos poucos, torna-se maior que nossas próprias vontades, transforma-se em missão.
Assim, é com muita alegria que fazemos um balanço do ano de 2014 para a Casa Lar Dona Meca. Nosso abrigo- originariamente para crianças com deficiência – teve grandes momentos que nos trouxeram outros desafios. Tivemos 3 adoções de crianças com deficiência, onde duas delas ficaram acolhidas por mais tempo (uma, por 1 ano e 4 meses e outra, por 6 anos). Nossa terceira pequena menina de nome Viviane, que apresenta uma deficiência visual foi adota por um casal que se encantou com seu sorriso e daí para a adoção foi um pulo.
Simone do Nascimento, Assistente Social e Coordenadora da Casa Lar, relata que por lá já passaram algumas crianças que hoje estão bastante integradas à suas famílias com as quais mantém contato. “É muito bom ver que elas estão bem, que foram acolhidas com amor”, diz Simone. A dedicada Assistente Social realiza todo um trabalho tanto de reinserção familiar como de adaptação em família substituta, com visitas domiciliares, pareceres para a autoridade judicial, avaliação socioeconômica e afetiva da família em questão, onde o processo adotivo tem especial atenção por se tratar de uma ação definitiva e que tem que ser conduzido com muito cuidado, pelo bem das crianças. E emociona-se ao falar do caso da nossa pequena Ilana Sara, que chegou à Casa Lar com 6 anos e tem um diagnóstico de encefalopatia crônica não progressiva (tetraplegia espástica), epilepsia com bom controle, atraso de linguagem, possui deglutição adaptada, porém não realiza mastigação.
Ilana, hoje com 12 anos, foi adotada em dezembro de 2014 e segundo sua mãe, está muito bem adaptada, ganhou peso, vive risonha e feliz. “Todos em casa se apaixonaram por ela e brigam até para ficar com ela no colo. Muito colo, muito amor. Está sendo uma experiência ótima, é como se ela tivesse nascido aqui, nasceu da gente. Chegou de uma forma diferente, mas é da nossa família. No último domingo, fez um mês conosco e teve até um bolo, uma verdadeira festa para ela… tomara que outras pessoas sejam tocadas e possam passar pela felicidade que estamos tendo.” diz emocionada, Aparecida, mãe de Ilana.
Os desafios chegam, mobilizam e retornam em forma de sorrisos e gratidão, mesmo daqueles que não falam mas sentem e nos fazem sentir muito bem. A certeza de que o trabalho do bem transforma a vida não só de nossos pequenos, mas de todos que contribuem para a concretização deste sonho, é o que nos faz sonhar juntos, hoje e sempre.
Ao longo dos 7 anos de existência da Casa Lar contabilizamos ao todo 10 adoções. Ficamos muito felizes em ver que as pessoas são solidárias e possuem um sentimento de amor , grande ao ponto de receber esses pequenos e fazer deles os seus filhos tão amados, como a nossa Ilana.
O mundo precisa de muitos corações com os sentimentos e atitudes de Marcelo e Aparecida. Que possamos ter em nós a maior mensagem deixada pelo mestre Jesus. “Amar ao Próximo como a si mesmo”.