Nos tempos atuais, lidamos com diversas perdas, dentre elas, a morte de pessoas queridas por nós. Este é um evento estressor na vida das pessoas, que gera sofrimento e diversas alterações, sejam elas psicológicas, fisiológicas ou comportamentais. O luto é um estado emocional de tristeza, uma sensação de vazio. As crenças sobre a perda de um ente querido são reforçadas pelo entendimento que o indivíduo estabelece com a morte.
É importante entendermos que o luto é um processo e que cada um precisa de um tempo de elaboração. Geralmente, passamos por estes cinco estágios, a saber:
- Negação – recusa a confrontar a situação;
- Raiva – revolta, questionamentos, busca de culpados;
- Barganha – tentativa de negociar ou adiar a morte, desejo de ultima chance;
- Depressão – repensar, processar a vida e o que foi feito ou deixou de fazer;
- Aceitação – maior serenidade frente ao fato de morrer, expressar de forma mais clara os sentimentos, frustrações e dificuldades.
A compreensão da criança sobre a morte difere do adulto: antes dos 3 anos, este entendimento é apenas de ausência e falta.
Em seguida, esta começa a se perguntar: “se foi culpa sua”, “se palavras ou pensamentos evitariam a morte” e, só depois, começa a entendê-la como algo inevitável. Então, conforme amadurece cognitivamente, apropria-se deste conceito. É importante escutar e permitir que ela fale sobre o assunto, pois o que gera sofrimento não é falar sobre a morte e sim a morte em si. É importante escutar e permitir que ela fale sobre o assunto, pois o que gera sofrimento não é falar sobre a morte e sim a morte em si.
Algumas orientações válidas para lidar com as crianças são:
- Seja direto e não omita a verdade, poupando apenas os detalhes desnecessários;
- Tome cuidado com conceitos vagos para não confundir ainda mais a criança;
- Não esconda sua tristeza, valide este sentimento e esteja aberto a falar sobre isso;
- Faça um momento simbólico de despedida independente de comparecer ao velório;
- Procure retornar a rotina da criança assim que possível.
Texto escrito por Nívea D’Alincourt – Psicóloga da Obra Social Dona Meca – contato: n.dalincourt@osdm.org.br