É HORA DE CORRER!

São 5 hs da manhã e um breu na Rua Gazeta da Noite. Cheguei à nossa Casinha Lar Dona Meca e ela estava na porta, me esperando, sorriso genuíno e contagiante no meio da madrugada. No carro, um boné, lanche, casaco, protetor solar …. um receio digno deste primeiro desafio mas coragem e vontade de dar certo! “Pronta pra correr, Angélica?” “Siiiiiiiim!!!”

E fomos!

E foi maravilhoso! Angélica curtiu muito sua estréia: voou sozinha (em sua cadeira, sem luvas!); cansou; retomou o fôlego; pediu água; pediu ajuda; pediu um band aid; viveu a praia de Copacabana em um lindo domingo de manhã; ganhou auto estima; foi recebida maravilhosa e calorosamente; socializou aos montes, compartilhou; sorriu; tirou mil fotos; empoderou-se; experienciou vento no rosto, liberdade, velocidade; ganhou uma medalha (!); fez vários amigos e….. também correu! Até os 5km! Que culminaram em uma emocionante linha de chegada!

Angélica sorri, enquanto participa da prova

Impossível descrever o bem que o Projeto Correndo por Eles distribui a centenas de crianças e adolescentes usuários de cadeiras de rodas (e suas famílias!). E o mais importante: os Coordenadores se preocupam em inspirar voluntários e doações, mas principalmente, em estimular a rotina de atividades físicas nestes lares: “Não queremos que pessoas treinem, cuidem da saúde para levar seu “filho”, queremos que VOCÊ cuide de sua saúde para viver bem e ao lado de seu “filho”. Não queremos que seu “filho” veja que alguém de bom coração seu herói, queremos que ele veja em você o herói da vida dele.”

Então, por fim, percebemos: o Projeto não “corre por eles” … e sim dá a eles asas para que corram – e voem – por si mesmos!

Angélica e Lilian (uma da voluntárias do correndo por eles)

Angélica Vitória, 17 anos, nossa mais nova corredora, é uma das adolescentes acolhidas na Casa Lar Dona Meca, e teve sua primeira experiência junto ao Projeto Correndo por Eles em, 21 de Outubro de 2018. Ela nos conta como foi participar da ação:

Angélica, o que te levou a participar da corrida?
“A Tia Ana Paula me convenceu a participar, e eu acabei me empolgando por causa da medalha. Além, disso, eu gosto de corridas, eu gostava de assistir basquete, mas durante as paraolimpíadas [sic] eu assisti uma corrida de cadeirantes [sic] que eu gostei.”

Você pretende participar de outras ?
“Sim, inclusive dia 2 (de dezembro) terá uma corrida e dia 9 a festa.”

O que você achou da sensação de participar da corrida?
“Foi legal, mas fiquei um pouquinho cansada. foi a minha primeira vez correndo como cadeirante [sic]. E eu não sei descrever como foi a sensação.”

Lá existiam triciclos, mas você preferiu correr com a sua cadeira. Por quê ?
“Por que com a cadeira eu conseguiria correr sozinha o triciclo não.”

Então, você queria mais independência ?
“Sim.”

Você gosta de outros esportes?
“Sim, boxe! Boxe, Basquete e Corrida (atletismo).”

Angélica posa sorridente com sua medalha e outros participantes do projeto

E por que vocês gosta desses três esportes?
“Bom… o basquete, por conta de uma jogadora criança, esqueci o nome dela…. é uma menina de 8 anos Tio… lembrei, Jaliyah Manuel. A Corrida é por que eu assisti nas paraolimpíadas [sic] e o Boxe eu assisto desde pequena.”

Texto escrito por: Ana Paula Chacon. Entrevista realizada por: Anderson Gama – Respectivamente: Responsável pelo Setor de Gestão & Execução de Projetos e Responsável pelo Setor de Comunicação & Marketing da da Obra Social Dona Meca – contato: ap.chacon@osdm.org.br e a.gama@osdm.org.br.
Fotos cedidas por: André Horta, Acervos Pessoais de Ana Paula Carvalho, Ana Paula Chacon e Lilian Andrade.

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