CAMINHADA DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) possui características que, por vezes, não são consideradas imediatamente por pais, cuidadores e pessoas do convívio da criança (tais como: dificuldades de comunicação, de interação social ou comportamentos inadequados, muitas vezes taxadas como “birras” ou “falta de educação”). E, apesar da intensa massificação das informações sobre o Autismo, é mais fácil ignorar ou, até mesmo, segregar estes indivíduos, tidos como incapazes ou díspares dentro de uma sociedade produtivista e pouco preocupada com o bem estar alheio, onde o “Ter” é mais considerado do que o “Ser”.
Para chamar a atenção das pessoas, dos responsáveis pelas políticas públicas e da sociedade em geral, são promovidas datas especiais que nos lembram o que realmente deveríamos ter: “a Cultura do Respeito”. O Amor e o Respeito poderiam substituir toda e qualquer data de alerta para lutas diárias das camadas mais excluídas da sociedade. Desta forma, não precisaríamos do Dia da Consciência Negra para respeitar os negros, do Dia das Mães para homenagear as mães, do Dia da Árvore para cuidar da natureza. Todas estas datas só nos fazem lembrar que esquecemos destas parcelas importantes de nossas vidas nos outros 364 dias do ano e o quanto precisamos evoluir, para que, um dia, não precisemos mais destes lembretes.
Mas, para chegar a este ideal de sociedade que queremos, todos nós precisamos fazer a nossa parte. É por isso, que a Obra Social Dona Meca (que atua com crianças com TEA, dentre outras deficiências e síndromes) participou, pela 4ª vez, no último dia 2 de Abril, da Caminhada de Conscientização do Autismo com destaque para o tema da Síndrome de Down, cujo dia de mobilização internacional é celebrado em 21 de Março. Em 02 de Abril, lembramos a todos que o Autismo é real e precisa de apoio para desenvolver políticas públicas, promover o respeito às diferenças e principalmente, incluir estes indivíduos na vida comum sem desmerecer suas habilidades, potencializando suas qualidades, e deixando de evidenciá-los como um diagnóstico afinal, antes de serem Autistas, são Seres Humanos e merecem respeito, amor e atenção

“Vejo neste ano, mais uma vez, um momento de chamar a atenção da sociedade para nossa luta, que é árdua, diária e constante. Não há trégua para quem está envolvido nesta luta. Precisamos de aliados, e com todas as dificuldades com as quais lidamos, não desistiremos, e no nosso caso específico, nos consideramos privilegiados, pois temos nesta trajetória o apoio, o empenho, a dedicação, a competência, a responsabilidade e o compromisso da OSDM e, se nossos filhos, hoje, são considerados parte desta sociedade, é porque pudemos e podemos contar com o trabalho de toda essa equipe. Somos sociedade, somos Dona Meca, tenham o prazer de nos conhecer!!!” (Depoimento de Márcia, mãe do João Pedro).

 

Texto escrito por Mary Lucy Paz – Responsável pelos setores de Elaboração Projetos e Voluntariado da Obra Social Dona Meca – contato: ml.paz@osdm.org.br

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